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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quando a língua se transforma em objeto de manipulação ideológica e controle social

Do site do Instituto Humanista Unisinos - IHU



Marcos Bagno, doutor em filologia e língua portuguesa, acredita que a discussão sobre as variações linguísticas dos livros do MEC refletem a falta de conhecimento da mídia.

Por: Anelise Zanoni, Isaque Correa, Márcia Junges e Patricia Fachin

Depois da discussão sobre o conteúdo dos livros didáticos oferecidos pelo governo, em que são apresentados supostos erros de português, o doutor em filologia e língua portuguesa Marcos Bagno é taxativo: a polêmica que envolve o assunto é falsa. Na opinião do especialista, que conversou por e-mail com a IHU On-Line, a mídia seria a grande responsável por criar o debate.

“Como a grande mídia é, em bloco, aliada dos grupos dominantes e, portanto, antipetista declarada, o episódio está servindo para se atacar o governo Dilma via MEC”, avalia.

De acordo com seus estudos e experiências, o fato de alguém pronunciar uma palavra de uma forma ou outra nada tem a ver com a constituição da linguagem, “mas sim com uma esfera diferente, que é a da normatização da língua, um fenômeno sociocultural em que a língua se transforma em objeto de manipulação ideológica e controle social”. Além disso, é importante destacar que a constituição do padrão sempre se pautou, tradicionalmente, pela linguagem literária.

“Por isso, a norma padrão é tão obsoleta e anacrônica: não se inspira na realidade dos usos, nem mesmo nos usos escritos da literatura contemporânea, mas numa literatura que data de mais de 200 anos”, explica Bagno.

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