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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sigilo ou vergonha?, por Frei Betto

No Jornal Brasil de Fato, ed. 434





Há 141 anos terminou a Guerra do Paraguai. Durou de 1864 a 1870. Ao longo de seis anos, Brasil, Argentina e Uruguai, instigados pela Inglaterra, combateram os paraguaios. O pretexto era derrubar o ditador Solano López e impedir que o Paraguai, país independente e sem miséria, abrisse uma saída para o mar.

Por Frei Betto

O Brasil enviou 150 mil homens para o campo de batalha. Desses, tombaram 50 mil. Do lado paraguaio foram mortos 300 mil, 20% da população do país. E o Brasil abocanhou 40% do território da nação vizinha.

Até hoje o acesso aos documentos do conflito estão proibidos a quem pretende investigá-los. Por quê? Talvez o sigilo imposto sirva para cobrir a vergonhosa atuação de Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, que comandou nossas tropas na guerra. E do Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II, que sucedeu o duque no massacre aos paraguaios.

Os arquivos ultrassecretos do Brasil podem permanecer sigilosos por 30 anos. O presidente da República pode prorrogar o prazo por mais 30, indefinidamente. Eternamente.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A queda de Aécio e a imprensa em Minas

Reproduzo texto de Luana Diana dos Santos, publicado no blog Viomundo
22/06/2011


No último domingo acordei ao som das gargalhadas do meu irmão. Ao perguntá-lo o motivo de tanta alegria às 7 da manhã, fui informada que Aécio Neves havia caído do cavalo. A princípio, pensei que fosse piada. Após uma olhada rápida no twitter, descobri que não havia nenhuma figura de linguagem na queda do senador tucano. O acidente lhe custou cinco costelas  e a clavícula direita quebradas.

Na padaria não havia outro assunto. Enquanto tomava meu cafezinho acompanhado por um pão com manteiga, observava um grupo de senhores de meia idade organizarem  um ‘bolão’ dos motivos do tombo do ex-governador. Sei que é pecado rir da desgraça alheia, mas foi difícil me conter diante das apostas:  “O cavalo deve ter sido presente do Serra”…”A eguinha ‘pocoPó’ se rebelou contra a tucanada”…risos….

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Charge Latuff: Sérgio Cabral e os bombeiros do RJ

Mais uma charge do Carlos Latuff:



A greve é um direito conquistado pelos trabalhadores



Editorial do Brasil de Fato ed.434: Reconquistar o direito de greve

Hoje mesmo postei um artigo escrito por mim defendendo que as lutas dos trabalhadores agora não são, ou não mais devem ser, somente por salários ou melhores condições de trabalho e que o momento nos exige lutas pela liberdade de expressão, pelo direito de lutarmos.

Na mesma linha, abaixo reproduzo o Editorial do Jornal Brasil de Fato, da edição desta semana (nº434)


"Eis um desafio decisivo para a classe trabalhadora. Reconquistar o direito de greve não será obra de apenas uma categoria e exigirá a unidade do movimento sindical, que segue se pulverizando, consumido em disputas internas pela disputa dos aparatos. Pautar a reconquista do direito de greve, denunciar seu esvaziamento é uma tarefa que não pode ser postergada e deve ser priorizada pelos que apostam na construção de uma concepção classista no movimento sindical."



Se uma greve não pode interromper a produção
ou os serviços não tem eficácia

22/06/2011

Editorial ed. 434

Nas últimas semanas, importantes categorias enfrentaram suas campanhas salariais nas várias regiões do país. Entre elas, os metroviários, eletricitários, urbanitários, condutores de ônibus, ferroviários e trabalhadores em saneamento. Todos enquadrados no conceito de trabalhadores em atividades essenciais. A lei exige que publiquem editais com 72 horas de antecedência avisando a população da greve. Assim que os editais são publicados o Ministério Público do Trabalho ingressa com um pedido de liminar sobre a greve. Antes mesmo da greve se iniciar os Tribunais Regionais do Trabalho concedem liminares exigindo que até 90% dos trabalhadores permaneçam trabalhando, assegurando o atendimento dos serviços considerados “inadiáveis”. Estabelecem multas de até R$ 200 mil reais por dia, caso os sindicatos não cumpram a ordem judicial. O valor da multa e os percentuais variam em cada região, mas sempre determinam que se assegure 100% das atividades em funcionamento.

Como é possível uma greve com apenas 10% dos trabalhadores?

A luta é por LIBERDADE!

Infelizmente não consegui descobrir quem é o autor.
A greve dos policiais civis de Minas Gerais continua... junto com eles agora também estão os professores da rede estadual... os trabalhadores das obras do Mineirão estavam em greve (voltaram a trabalhar nessa semana)... Os trabalhadores da saúde estão em alerta... nacionalmente temos vários estados nos quais professores, bombeiros, policiais, servidores administrativos das universidades federais, trabalhadores da Wolksvagem no Paraná, estudantes universitários e secundaristas... Várias dessas greves e protestos tiveram ao menos uma coisa em comum: foram criminalizadas e fortemente reprimidas, seja via judiciário, seja por meio dos batalhões de choque da Polícia Militar.

E fica uma pergunta no ar: quantos desses acontecimentos foram notícia na imprensa burguesa? Há um silêncio, um esforço intencional em não noticiar todas essas mobilizações. Afinal, não interessa que os trabalhadores saibam que há trabalhadores em movimento, organizados, lutando por melhores condições de trabalho e vida.


Não se trata mais de lutar por salários. Agora a luta é maior, a luta é por democracia, pelo direito de se manifestar, pelo direito de liberdade de expressão.

terça-feira, 21 de junho de 2011

União gay: tem juiz e deputado precisando de carinho

Reproduzi texto do Blog do Sakamoto


21/06/2011

Detesto fazer cobranças de apostas em público – até porque o jogo é (oficialmente) ilegal no Brasil – mas gostaria de pedir para separarem meu engradado de suco de manga. Havia dito que algum espertinho no Congresso Nacional, de alguma bancada ligada à religião, ia contestar, em menos de um mês, a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a união estável homoafetiva no último dia 5. E eis que João Campos (PSDG-GO) vai tentar no Parlamento derrubar a decisão dos ministros. Seu pedido foi apresentado em nome da Frente Parlamentar Evangélica.

Não me orgulho em ganhar as garrafinhas, pelo contrário. Preferiria pagá-las mil vezes a ter que ler notícias desse naipe. E olha que já tinha dobrado a dose de Omeprazol desde que, na última sexta, o juiz Jerônymo Pedro Villas Boas anulou uma união estável celebrado entre dois homens e proibiu registros desse tipo em qualquer cartório de Goiânia. O STF terá que, agora, se reunir de novo para fazer valer o entendimento na capital de Goiás.

sábado, 18 de junho de 2011

Comparato: Globo ameaçou romper contrato com UNESCO

por Luiz Carlos Azenha, no Blog Vi o Mundo:


O jurista Fábio Konder Comparato disse, em palestra no II Encontro Nacional de Blogueiros, em Brasília, que a Globo ameaçou romper seu contrato com a UNESCO para promover o Criança Esperança depois que o organismo ligado às Nações Unidas publicou em fevereiro deste ano um estudo sobre o ambiente regulatório para radiodifusão no Brasil.

O estudo, que está aqui, em PDF, é de autoria de Toby Mendel e Eve Salomon.

O estudo concluiu o óbvio: a mídia brasileira é dominada por 35 grupos, que controlam 516 empresas; uma única rede detém 51,9% da audiência nacional. A média de TVs ligadas entre as 7 da manha e a meia-noite atinge 45% da população brasileira, um dos maiores índices do mundo. Os dados foram citados por Comparato em sua palestra.

Segundo ele, depois da publicação do estudo a TV Globo disse aos autores, Toby Mendel e Eve Salomon, que poderia romper o vínculo entre a emissora e o programa Criança Esperança.

Embora a concentração da mídia seja fartamente conhecida no Brasil, o documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, reforça a credibilidade internacional dos que lutam por um novo marco regulatório da comunicação no país.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Brasil: que País é esse? (II)

por Roberta Traspadini, no site do Brasil de Fato:


A história da dominação no Brasil encontra no capitalismo uma forma sem precedentes de apropriação da riqueza por poucos sujeitos

14/06/2011

Roberta Traspadini

Uma das características marcantes do modo de produção capitalista é a necessidade de criar mecanismos de conformação e manutenção de poder.

Entre eles, está a divisão social e internacional do trabalho e a lógica de funcionamento que provoca mutações para que os órgãos vitais apareçam e se desenvolvam como não vitais.

A separação dos sujeitos da realização de suas vidas, a precarização das condições de trabalho e de pertença aos territórios, acentuou os vínculos de dependência e subordinação dos que vivem da venda de seu trabalho.

sábado, 11 de junho de 2011

Os “guardiões da língua”

Reproduzo aqui excelente crônica de Luiz Ricardo Leitão, do site do Brasil de Fato.


Desenho tirado do blog  LiterAtos


O mês de Maio foi pródigo para os cronistas de Bruzundanga
08/06/2011
Luiz Ricardo Leitão


O mês de maio foi pródigo para os cronistas de Bruzundanga. São tantos desatinos a cargo dos próceres da República, que muitos não saberiam nem por onde começar. Poderíamos, por exemplo, tratar da cruzada em prol da moral, da família e dos “bons costumes”, que o fanfarrão Bolsonaro e a tal bancada “evangélica” do Congresso deflagraram contra a cartilha anti-homofobia do MEC. Ou, ainda nas lides parlamentares, analisar a aprovação pela Câmara do novo Código Florestal, fruto de um insólito acordo entre um deputado comunista (?) e seus pares do latifúndio, que ganharão carta branca para o desmatamento da Amazônia. Quem sabe relembrar as estrepolias do abastado (e abestado) ministro Palocci, prato cheio para a mídia, o tucanato & Cia. Isso sem falar em Blatter, Havelange & Teixeira, os reis do “jogo sujo” na FIFA, cujas maracutaias os ingleses prometeram investigar com rigor...

Este dublê de cronista e professor de Letras não se furtará, porém, a abordar o recente “protesto” que alguns órgãos da grande mídia incentivaram contra a posição do MEC de avalizar uma obra didática que reconhecia o uso da expressão “os livro”. Sem nenhuma formação mais profunda na área, jornalistas e oportunistas de plantão chegaram a classificar de “crime linguístico” a atitude do órgão, um exagero só explicável, talvez, pela forma belicosa e artificialmente ideologizada mediante a qual são tratados temas do mais relevante interesse público em nosso país.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

István Mészáros no Brasil


Considerado um dos principais pensadores marxistas da atualidade, o filósofo István Mészáros vem ao Brasil para lançamento de dois livros.


Reproduzo aqui entrevista feita por e-mail pela jornalita Claudia Antunes e publicada na Folha de São Paulo.



Europa virou sistema de partido único, diz filósofo húngaro


CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A última crise financeira enterrou os resquícios de diferença entre social-democratas e conservadores na Europa e vale para o continente a frase que o escritor Gore Vidal cunhou para caracterizar os EUA: é um sistema de um só partido com duas alas direitistas.

A afirmação é do filósofo húngaro István Mészáros, professor emérito da Universidade de Sussex (Reino Unido), que chega ao Brasil nesta semana para lançar livros e fazer palestras em quatro capitais. "É irônico que na Grécia e na Espanha a tarefa de impor uma dureza cada vez maior aos trabalhadores tenha sido passada a governos ditos socialistas e assumida por eles. Se quisermos superar a paralisia imposta pelo 'sistema de partido único', é preciso mudar o processo de tomada de decisões políticas", disse ele em entrevista à Folha.

Considerado um dos principais teóricos marxistas vivos, Mészáros, 81, deixou a Hungria após a invasão soviética de 1956. Se notabilizou pelas críticas à gestão opressiva no antigo bloco socialista, contidas em seu livro "Para Além do Capital" (Boitempo). Para ele, a crise que se manifesta hoje nos países ricos é estrutural e não parte dos movimentos cíclicos tradicionais do capitalismo. Portanto, diz, não está no horizonte uma "longa onda ascendente" de recuperação econômica.

Mészáros participa neste mês no Brasil de eventos de lançamento de um livro de ensaios em sua homenagem ("István Mészáros e os Desafios do Tempo Histórico") e do segundo volume de sua obra "Estrutura Social e Formas de Consciência", ambos da editora Boitempo. As apresentações ocorrerão no dia 8 em São Paulo e em seguida em Salvador (dia 13), Fortaleza (dia 16) e Rio de Janeiro (dia 20).

Charge Latuff: Ségio Cabral e os bombeiros do Rio de Janeiro

O trabalho acabou? - Artigo de Vito Gianotti

Reproduzo artigo de Vito Gianotti, no site do Brasil de Fato




O trabalho continua e com ele a luta de classes. A realidade mostra isso. Aumento da exploração, dos acidentes com mortes e resposta com revoltas e greves
03/06/2011

Vito Giannotti

Desde a falência das experiências socialistas do século 20, seladas pela queda do muro de Berlim, em 1989, muitos perderam a esperança num futuro, livre, justo e solidário. Muitos teóricos intelectuais, chefes de partido ou aguerridos militantes de esquerda se apressaram em dizer que o socialismo acabou, que a história chegou ao fim. E, com isso, as classes e a luta de classes teriam acabado. Nesta toada, quase todos os partidos comunistas esqueceram suas raízes e logo mudaram até de nome. O mesmo aconteceu com os partidos socialistas. A visão de muitos ex-esquerdas sejam estes professores-doutores, burocratas da esquerda bem comportada ou antigos militantes radicais, pode se resumir a três “adeus”: adeus ao trabalho, adeus à luta de classes, adeus ao socialismo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Por que a Folha não mostrou?

por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador.


No domingo, a “Folha” publicou – com grande estardalhaço – a lista de parlamentares que possuem emissoras de rádio e TV – ou que mantêm as emissoras em nome de parentes. A reportagem, na edição impressa, remetia o leitor para a “lista completa” que podia ser lida na internet, no UOL. E esclarecia que o material tinha sido preparado pelo Ministério das Comunicações.


Esse blogueiro estranhou, como se pode ler aqui, que a reportagem da “Folha” não citase o senador Aécio Neves – impulsivo e notívago líder da oposição. Recentemente, como se sabe, Aécio foi flagrado numa blitz da Lei Seca no Rio. Recusou-se a fazer o teste do bafômetro. Deve ter as razões dele… O mais interessante: investigações posteriores mostraram que o carro dirigido pelo senador estava em nome da rádio Arco-Íris, que tem a irmã e a mãe de Aécio como sócias, em Minas – como se pode ler aqui. Toda a imprensa divulgou a história (de forma discreta, claro, porque tucanos em geral não devem ser incomodados com essas bobagens).

Estranhei que a rádio da família de Aécio não estivesse na reportagem da “Folha”. E cheguei a supor que omissão se dera porque Aécio e família também  não constassem da lista original do Ministério – que suscitou a reportagem…

Mas eis que vários leitores alertam-me para o detalhe: na lista original, consta, sim, uma tal “Rádio Colonial FM Ltda” (em nome da irmã de Aécio)!

A Rádio Colonial e a Rádio Arco-Íris são a mesma coisa? Uma é nome fantasia a outra é o nome da empresa? Ou é uma segunda rádio? Tema  ser melhor apurado…

Vejam, na página 250 da lista, o nome da irmã de Aécio, Andréa Neves (que, dizem, é a mentora do impulsivo líder da oposição):



O relatório completo do ministério pode ser acessado nesse link.

Opa, a situação então ficou mais estranha!

A “Folha” incluíra na reportagem de domingo casos de parlamentares que colocam rádios em nome de parentes. A irmã de Aécio está na lista! E Aécio não aparece na reportagem!

Precisa dizer mais alguma coisa?

Como disse a Ângela – uma das leitoras que me alertaram para o fato: “A Folha só não deu mesmo porque não quis”.

Imaginem se houvesse uma rádio no nome da irmã de Lula? Ou da prima do Zé Dirceu? A “Folha” ia “esquecer” de incluir na reportagem?

Aécio não é qualquer um: trata-se do proclamado “novo líder da oposição”.

A “Folha” também não é qualquer uma. Na direção do jornal está Judith Brito, que anunciou ano passado de forma taxativa: como os partidos da oposição estão em crise, cabe à imprensa fazer oposição!

Ok! Mas, desse jeito, não, Judith! Fica feio demais… Brigar com os fatos vai deixar a imprensa de oposição tão fraca quanto a oposição partidária demotucana – que também briga com os fatos há 9 anos!

Desse jeito, de oposição verdadeira mesmo vão sobrar apenas o PMDB e o Palocci.

Brasil: A criminalização do aborto tem resolvido alguma coisa?

Do blog Bidê Brasil




A criminalização do Aborto tem resolvido alguma coisa?

A legalização do aborto foi e é um dos temas mais caros e polêmicos da pauta feminista, justamente por ser um debate que discute diretamente a questão da autonomia e liberdade das mulheres, pois a mulher vista apenas como reprodutora na nossa sociedade está diretamente ligada a garantia da propriedade privada e o direito de herança, eram perpetuadas antes do capitalismo e se tornaram base deste sistema que vivemos hoje, ajudando a consolidar a lógica da propriedade privada como direito do homem.

Debater a legalização do aborto é também debater o atendimento integral à saúde da mulher, pois não adianta tratar um aspecto de nossa saúde, assim como é necessário questionar o fato do atendimento de saúde ser pensado para além do perfil mulher, branca, em idade reprodutiva e heterossexual que é realizado atualmente e perpetuado governo após governo. Sim, atendimento integral à saúde da mulher tem incluso o debate de direitos sexuais e reprodutivo e por suposto a legalização do aborto, não há como debater mortalidade materna, por exemplo, sem debater assistência ao parto e a legalização do aborto. Parecem questões dispares, pois de um lado é uma mulher que deseja ser mãe e do outro há uma mulher decidida a não ser. Por isso é preciso lembrar que no Brasil não conseguimos chegar nem perto dos índices aceitáveis pela OMS. Infelizmente no nosso país somos tratadas da mesma forma pelos profissionais de saúde em casos de atendimento ao parto ou à abortamentos, o célebre: Na hora de fazer não chorou.

Abortos inseguros e ilegais estão entre as principais causas de morte materna no país, sendo que é a 4ª causa de mortalidade materna no Rio de Janeiro e em Salvador os índices são 5 vezes superiores ao aceitável pela OMS e só em 2004 o SUS havia registrado mais de 200 mil casos de abortamento, isso sem contar os procedimentos realizados em clínicas cladestinas existentes no país. É óbvio que aí a grande mídia e as bancadas conservadoras acabam usando isso para dizer que tem que estourar clínica para acabar com o aborto clandestino no país, é estoura clínica e as mulheres voltam a enfiar agulha de crochê nas vaginas, coisa que é até bastante comum nas periferias do Brasil, pois a legalização do aborto é sim um problema de classe quem pode pagar tem acesso a clínicas de qualidade e cuidados nestas, mas quem não pode pagar encara mais hemorragias e despreparo dos profissionais que não são capacitados para atender estas mulheres, mesmo havendo uma norma técnica do Ministério da Sáude versando sobre o atendimento a mulher em situação de abortamento.