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terça-feira, 5 de julho de 2011

PIG: “Esses trabalhadores estão impossíveis”

Manchete do jornal Estado de Minas:
"Epidemia de greves é ameaça"

Por Rodrigo Dugulin, para o Lavando Louças

O PIG em Minas já está nos alertando há algum tempo. Quando abro o Estado de Minas, posso escutar: “Esses trabalhadores estão impossíveis! Por que ficam querendo melhores condições de trabalho, melhores salários??”

Depois dos trabalhadores das obras do Estádio Mineirão ficarem em greve, agora é a vez dos trabalhadores das obras da trincheira da Avenida Antônio Carlos, que fica na região do estádio. O que eles reivindicam? Coisas absurdas, como hora extra de 100%, plano de saúde, fornecimento de refeições, tíquete alimentação, participação nos lucros, equiparação do salário com os trabalhadores das obras do Mineirão (que conseguiram 4% de aumente com a greve) e de melhores condições de trabalho. Ah, além disso tem a exigência absurda de que os banheiros químicos da obra sejam lavados mais de uma vez por semana, que a feijoada tem mais carne e menos osso e que o pão venha com manteiga!!! Quem esses operários pensam que são!?





Pois é, o pior de tudo isso e ter que acordar cedo e ver a manchete do jornal Estado de Minas: “Epidemia de greves é ameaça”. A preocupação do jornal é com os prazos da copa. Realmente, é um absurdo o país do futebol sediar a copa do mundo sem estádio com um mínimo de estrutura para que os gringos consigam chegar no estádio. Mesmo que seja às custas de milhares de trabalhadores sendo explorados nas obras ou sendo despejados de suas casas. Mas afinal o que importa são as obras prontas, certo?

Como se não bastasse a reportagem, o jornal trás ainda a análise feita pela Sr. Roney Garcia (“Sr.” só para manter o tom irônico desse artigo). Vou transcrever parte do que ele escreveu:

“...O que não se pode admitir é que cidadãos em geral (Mas “cidadãos em geral” não são os próprios trabalhadores???) e o próprio projeto do município, do estado e do país para o Mundial (Teoricamente esse “próprio projeto” não deveria ser para a população, que são os próprios trabalhadores??) sejam comprometidos por uma categoria específica ou por um setor econômico. Diferenças entre trabalhadores e empreiteiras não serão eliminados (É mesmo??), mas é imprescindível que sejam resolvidas antes de tornarem a cidade refém de movimentos reivindicatórios. Para isso, o poder público, na condição de contratante das obras (Ou seja, que ganha com a obra é o “poder” privado, mas quem deve arcar com o ônus trabalhista é o poder publico?? Interessante raciocínio!), tem o papel fundamental, intermediando negociações, fiscalizando condições de trabalho, ponderando diante de pedidos exagerados (Quais foram os pedidos exagerados que esse sr. viu??) e, em último caso, exigindo que a população tenha seus direitos respeitados.”


Trata-se de mais um ataque ao direito de greve! Força aos trabalhadores nessa luta!

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