Se o governo de Minas apostava no enfraquecimento da Assembleia dos educadores, não foi o que aconteceu. Os profissionais da rede estadual de ensino, reunidos em Assembleia decidiram de forma unânime pela continuidade da greve que está em curso desde o dia 08 de junho. Os educadores cobram o cumprimento do Piso Salarial Nacional e estão dispostos a permanecerem longe das escolas até que o governo cumpra a lei do piso (lei 11.738/08).
A assembleia dos profissionais da educação superlotou a praça da ALMG, mais de 5 mil profissionais avaliaram que, diante da inércia do governo Anastasia, que até o momento não acenou com uma proposta de implementação do Piso, não há possibilidades de voltar às salas de aula. Milhares de alunos estão sem aula e o governo não se posiciona, ao contrário tenta vencer os professores pelo cansaço. Parece porém, que é o governo quem está no seu limite. O governo de Minas tem tentado de várias formas desmobilizar a categoria, mas não tem tido sucesso. A última cartada foi a ocultação dos contra cheques de milhares de servidores que fizeram a opção pelo retorno ao antigo regime remuneratório. Para pressionar os servidores o governo utiliza até de meios ilegais, afinal, o acesso aos contra cheques é um direito de todo trabalhador.
Durante a Assembleia da Categoria a coordenadora geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, informou que pela manhã desta quarta feira, o sindicato esteve reunido com a bancada de oposição e com a bancada do governo de Minas, além do presidente da ALMG. Nessa reunião, ficou acertado que a bancada do governo se reunirá com o governo no sentido de buscar uma interlocução para proposta e segunda feira volta a reunir com o sindicato para dar o retorno. Já a oposição reafirmou o compromisso de manter obstruida a pauta de votações na ALMG, até que o governo resolva a situação dos educadores. Vale lembrar que, com a obstrução da Lei de Diretrizes Orçamentarias, a ALMG não pode sair para o recesso de julho, portanto, é mais uma forma de pressão (já imaginou os deputados sem férias??? rs). No campo jurídico, o sindicato já entrou com uma medida cautelar no TJMG para tentar impedir o corte do pagamento dos servidores, a exemplo de Santa Catarina que obteve êxito nessa ação. Além disso, o sindicato ajuízou ações na justiça contra alguns diretores e superintendentes que têm promovido assédio moral aos servidores que estão em greve. Portanto, o recado aos diretores, inspetores e superintendentes que tentem impedir os servidores de exercerem o direito constitucional de fazer greve é muito claro: nessa greve cada pessoa será responsabilizada pelos seus atos.
Após a Assembleia os milhares de educadores seguiram numa passeata pelas ruas de Belo Horizonte. Seguindo em direção a praça da Liberdade os professores cantava e gritavam palavras de ordem contra o governo Anastasia, o trânsito ficou completamente parado. Os educadores pararam em frente o Tribunal de Justiça de MG e ali fizeram um grande ato. A intenção foi sensibilizar a justiça para que cobre do governo uma posição quanto a lei federal que é descumprida pelo governador Anastasia.
Ainda em Assembleia, os Trabalhadores em Educação do Estado de MG, aprovaram um calendário de mobilização que inclui a caça ao governador. Onde o governador for, ali estarão também os educadores em greve. Além disso, será realizado um ato público na Cidade Administrativa, na terça feira, dia 12/07. Na próxima quarta feira, 13/07, haverá uma nova ASSEMBLEIA DOS EDUCADORES, que definirá os rumos do movimento.
Calendário aprovado
07, 08 e 11 de julho – assembleias locais e manifestações regionais
12/07 – manifestação na Cidade Administrativa (Belo Horizonte) junto com outras categorias do serviço público estadual que estão em greve - 14h
13/07 – nova Assembleia Estadual – 14h, no Pátio da ALMG
14/07 – O Sind-UTE/MG participa de Audiência Pública na ALMG, para discutir questões relativas ao IPSEMG, com o objetivo de fazer a interlocução com o parlamento e outras categorias do funcionalismo sobre o movimento de greve e denunciar que o governo descumpre a Lei do Piso – 9h
Adesão à greve
Durante a Assembleia desta quarta-feira, os trabalhadores também avaliaram o cenário das paralisações e traçaram os novos rumos do movimento. Também foi atualizada a adesão à greve que, até o momento, está superior a 50% de paralisação em todo o Estado.
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